16 de maio de 2011

Canto ao vazio

Canto ao vazio
Quando deixo de respirar o som da luz da madrugada
Canto
Ao manto que se segue em manada

Canto ao vazio
Do novo dia que almeja em renascer
Ao santo que nasce em morrer
Aos esquecidos eu canto vagarosamente

Canto ao vazio
De toda a ferocidade do canto-assobio
A toda amargura seguida de avareza
Canto a toda cidade que demasia em esperteza

Canto ao vazio
De um povo maltratado
De sobro mal fardado
A um dia de criação
Onde vamos correr ao sol meus irmãos

Canto ao vazio
Ao canto que sucede em emudecer
Ao grito que cala em se distorcer
Ao vazio procastinado em se encher

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